
PARTICIPE, COLABORE, JUNTE-SE A NÓS NESTA CAMPANHA. ASSINE E DIVULGUE VOCÊ TAMBÉM O MANIFESTO CONTRA A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA NO MEIO ARTÍSTICO. Acesse aqui: http://chng.it/bDJypgbK
O abuso emocional é considerado uma das maiores práticas de violência contra artistas na América Latina. Essa é uma violência sutil, velada, traiçoeira e naturalizada e por isso torna-se difícil de ser reconhecida, provada, combatida e punida. Mesmo que tenhamos diferenças demográficas, culturais e estruturais entre nossos países, a realidade da violência de gênero se faz presente em nosso Continente de forma contundente. Este manifesto, impulsionado pelo movimento brasileiro “Respeito em Cena” e apoiado por artistas de toda a Região, põe a violência psicológica sob holofotes a partir da criação de uma Rede Internacional para a estreia da primeira Campanha Latino-Americana de Combate à Violência Psicológica no meio artístico.
Estamos juntas, juntos, atentas, atentos e atuando, exigindo Respeito em Cena e fora dela!
NÃO É FICÇÃO:
É REALIDADE A SER DENUNCIADA
Cada artista é única, único, possuidora e possuidor de múltiplas habilidades, conhecimentos e genuína criatividade. Quando uma ou um artista entra em seu espaço de estudo, ensaio e trabalho, seja na televisão, no teatro, em um picadeiro, no cinema ou em sala de aula, ela ou ele deve se colocar disponível ao processo de criação sem amarras e resistências, pois é em um estado de abertura e entrega que a criatividade e a inspiração nascem. É dentro desse cotidiano profissional e de formação que tem sido comum lideranças praticarem abusos contra artistas sejam elas iniciantes ou já estabelecidas em suas carreiras.
Uma ou um diretor, preparador ou preparadora de elenco, produtor ou produtora ou qualquer outro chefe não deve ultrapassar limites invadindo o corpo físico e emocional de artistas e de sua intimidade, transformando o processo de criação em um espaço abusivo de imposições e intimidações.
A violência psicológica cometida no meio artístico tem provocado traumas, deixado sequelas e marcas psíquicas profundas em muitas e muitos artistas, prejudicando carreiras e afetando de forma nociva suas vidas pessoais e familiares. O processo criativo deve ser estimulado e facilitado pelas lideranças em uma dinâmica de coparceria com as artistas, preservando sua autonomia, integridade, saúde física e emocional, inteligência e liberdade de criação.
Como se comete ABUSO
O abuso emocional e o assédio moral não acontecem somente no meio artístico e podem permear toda e qualquer relação humana. Eles têm origem a partir de uma relação desigual e perversa de dominação e mau uso do poder onde muitas vezes as (os) artistas são submetidas (os) a pressões, manipulações, constrangimentos e humilhações, podendo causar confusão mental, medo, insegurança, sentimento de impotência e incapacidade, baixo autoestima, depressão e síndrome de pânico. Além da grande possibilidade de desenvolvimento de sintomas psicossomáticos, como: insônia, pressão alta, alergias, problemas digestivos, hemorragias e sangramentos.
Como se comete abuso de forma VELADA
Distorção da realidade: A partir de uma posição de poder, o autor ou autora do abuso influencia e deturpa, de maneira sutil e pejorativa, a visão que a vítima tem de si, fazendo ruir sua autoestima.
Tratamento desrespeitoso: O autor ou autora desconsidera, despreza, subestima e invalida as opiniões e os sentimentos da vítima, não dando importância ao que está sendo expressado, tratando como se fosse sem lógica e sentido.
Culpabilização: O autor ou autora não se responsabiliza pelos seus atos; ao contrário, se faz de vítima e culpa os outros pelos seus próprios erros.
Manipulação e Dominação: O autor ou autora se comporta de maneira instável, agredindo e ressaltando aspectos negativos para logo em seguida dar sinais de arrependimento e amabilidade – pede desculpas, faz elogios e fala coisas positivas, aprofundando o estado de confusão e dependência das subordinadas e subordinados, alimentando um ciclo de violência.
Como se comete abuso de forma TRAIÇOEIRA: a violência psicológica é realizada, sempre, dentro dos círculos aos quais a vítima se sente segura e protegida: familiares, amizades, colegas e chefes de trabalho.
PERFIL DO(A) AGRESSOR(A)
Intolerância, autoritarismo, imaturidade e falta de controle emocional, narcisismo, encantamento e sedução, incapacidade de fazer autocríticas, inconstância de humor e falta de empatia são algumas das características que fazem parte da personalidade e do comportamento de autores(as) de abusos:Um autor ou uma autora de abuso não tem cara de “criminoso” ou “criminosa”, geralmente trabalha, tem família, tem boa reputação e faz caridades. Normalmente é uma pessoa encantadora, inteligente, envolvente e tem carisma. Possui obstinação por controle e age de acordo somente com seus interesses próprios. Se coloca no papel de vítima para justificar seus atos. Não leva em consideração e nem se conecta com o sentimento dos outros. Considera a crítica como um ataque à sua imagem e identidade. É vingativo (a), procura defeitos e é capaz de esmagar emocionalmente os outros com sua franqueza e humor rápido e cortante. Está sempre na defensiva, é pessoa desconfiada e se ofende com facilidade. Como boa parte das lideranças do meio artístico podem ser pessoas dotadas de poder, capital artístico e financeiro, são possuidoras de fama pública, valorizadas pela mídia e detêm um grupo fiel de silenciosos cúmplices, perpetuam seus comportamentos e atos abusivos fazendo chantagens e ameaças de retaliações às subordinadas e aos subordinados.
Como se faz o SILÊNCIO da (o) subordinada (o)
Medo do descrédito e vergonha da exposição, perfil público conhecido do autor e da autora, vínculo afetivo ou profissional, machismo, misoginia e transfobia são algumas das razões para que as mulheres e homens vítimas de assédios e abusos fiquem emudecidas e emudecidos.
A violência psicológica é velada e não deixa marcas físicas e na maioria dos casos não existem provas factíveis. Muitas vezes, as subordinadas e os subordinados não se compreendem como vítimas, podem confundir relacionamentos abusivos com zelo e excesso de amor e podem não conseguir reconhecer ou aceitar que estão em uma relação abusiva. Quando uma vítima denuncia um abuso terá sua conduta contestada, seu relato será minimizado e desvalorizado e sua palavra será questionada em todas as instâncias. Como consequência dessa cultura misógina, machista, homofóbica e transfóbica, a vítima entra em um estado de medo e paralisia, permanecendo sem conseguir falar ou procurar ajuda, com uma devastadora sensação de impotência a consumir toda sua energia e vitalidade, sem forças para reagir e lutar por reparação e justiça. Isso tem que acabar!
COMO SE FAZ A INTERRUPÇÃO E PREVENÇÃO DESSE ABUSO
A violência não é inata do ser humano, portanto, podemos desconstrui-la com informação e educação em todos os níveis sociais.
O TRABALHO ARTÍSTICO
Arte é ofício de todo dia. Artista é sinônimo de jornada de vida que se faz de peito e coração abertos. Somos, sentimos, pulsamos e entendemos o mundo com o coração. Ele é a matéria-prima do nosso exercício artístico e assim, por séculos, temos feito o público rir e chorar, inspiramos, emocionamos, encantamos e transformamos.
Como performes e trabalhadoras e trabalhadores da cultura, podemos viajar da tristeza para a alegria, da fúria para o sossego, da sombra para a luz em um ato de entrega permeado de coragem, nos despindo de nossa identidade para dar vida a novas histórias e personagens. Nossos corpos precisam ser zelados, nossos corações assegurados e ancorados. Que saia de cena o desrespeito e a violência!
Deste modo, nós, ARTISTAS, trabalhadoras e trabalhadores da cultura damos um pontapé inicial colaborando e nos engajando em uma campanha de prevenção para influenciar as comunidades artísticas de toda a América Latina a combater a violência psicológica e a debater esse tema, bem como inspirar e estimular a criação e a expansão de novas redes para outras categorias e comunidades latino-americanas, ensejando e trabalhando com afinco e afeto a favor das mulheres e de todas as pessoas que tenham sido ou são vítimas de abusos emocionais.
Nunca mais queremos ver esse filme em nossas vidas no qual o desrespeito e a impunidade são protagonistas. Que os holofotes iluminem novas relações pessoais e de trabalho com mais respeito, amor e liberdade!
BRASIL
Luciana Sérvulo da Cunha – Coordenação Geral, Documentarista e Diretora Artística
Mariene de Castro – Embaixadora brasileira da Campanha, cantora, compositora, bailarina e atriz
Ana Botafogo – Dançarina
Ângela Vieira – Atriz
Bia Salgado – Figurinista
Cristina Pereira – Atriz
Dani Ornelas – Atriz
Hildo Assis – Diretor de Cena
Juliana Alves – Atriz
Kika Cunha – Diretora de Fotografia
Leoni – Cantor e Compositor
Maeve Jinkings – Atriz
Maria Lucas – Atriz
Marina Iris – Cantora e Compositora
Mônica Torres – Atriz
Patty Stocollo – Produtora Executiva
Rosália Motta – Camareira
Sérgio Mamberti – Diretor, Produtor e Ator
Stella Freitas – Atriz
Suzana Pires – Roteirista e Atriz
Vanessa Gerbelli – Atriz e Artista Plástica
Wanderley Gomes – Cenógrafo, Figurinista e Ator
Colaboradoras (es):
Adriana Rosa – Socióloga
Amanda Brotto – Ilustradora
Ana Cláudia Junqueira – Psicóloga
Ana Liése Thurler – Socióloga
André Abujamra – Cantor e Compositor
Arthur de Souza – Psicólogo
Caroline Oliveira – Advogada
Carolynna Aguiar – Atriz e Professora
Cecília Lorenzo – Produtora
Cris Lopes – Psicóloga
Cris Vianna Amaral – Psicoterapeuta e Jornalista
Fernando Dalvi – Designer
Ivete Boulos – Médica
José Barbosa – Pastor e Teólogo
Lusmarina Campos Garcia – Pastora Luterana, Teóloga e Pesquisadora de Direito na UFRJ
Márcia Godoy – Designer e Pedagoga
Nani Brisque – Designer e Ilustradora
Paula Canto – Professora de Arte
Poppy Rennó – Diretora de Arte
Priscila Paloma – Advogada
ARGENTINA
Dana Basso – Atriz
Laura Azcurra – Atriz
Mirta Busnelli – Atriz
Mirta Israel – Atriz
Natália Badgen – Atriz
Sol Busetta – Atriz
Thelma Fardin – Atriz
Valéria Santana – Atriz
Colaboradora:
Luciana Pecker – Jornalista
CHILE
Andréa Gutierrez – Atriz
Mariana Loyola – Atriz
Romina Urbina – Atriz
Rach – Rede de Atrizes do Chile
Colaboradoras:
Laura Quintana – Jornalista feminista
Nadia Arias – Jornalista e Docente Universitária
BOLÍVIA
Érika Andia – Atriz e Professora
Tânia Quiroz Montecinos – Atriz
Mulheres Artistas Autoproclamadas, Apartidárias e Independentes da Bolívia
COLÔMBIA
Daniela Vásquez Arboleda – Diretora, Atriz, Performer e Pedagoga
Magda Menezes – Atriz
Colaboradoras:
Laura Vásquez Roa – Antropóloga e Jornalista
Vanesa Restrepo – Jornalista
VENEZUELA
Andreína Calderón – Cineasta
Marcela Lunar – Atriz
Michelle Lorraine – Cineasta
Rosaura Sierra – Assessora na Cooperação e Intercâmbio Internacional na UNEARTE
Colaboradoras:
Ana Carolina Santiago – Advogada
Yelena Carpio Cuesta – Advogada
EQUADOR
Carmita Angulo – Atriz
Mercedes Payne – Atriz
Sonia Viveros – Gestora e trabalhadora de Cultura
NICARÁGUA
Alma Blanco – Mestra de Dança
Camila Selser – Atriz
Glória Carrión – Escritora e Diretora de Cinema
Leonor Zúniga – Cineasta e Sociológa
Colaboradoras:
Tania Martínez Urbina – Economista Empresarial
Wendy Matamoros Zambrana – Comunicadora Social
COSTA RICA
Rocío Carranza – Atriz
Colaboradora
Jenny Ortiz
MÉXICO
Dolores Heredia – Atriz
Estrella Araiza – Atriz
YaEsHora:
Abril Alzaga – Diretora Festival
Ana Bracho Ahumada
Ana Laura Rascón – Produtora
Ana Sofía Clerici – Roteirista
Andrea de la Torre – Atriz
Annaí Ramos – Figurinista
Aranxa Luna – Roteirista
Berenice Ubeda – Diretora
Cecilia Parodi
Claudia Loredo
Dolores Heredia – Atriz
Dulce María Lara – Roteirista
Estrella Araiza – Atriz
Gabriela de la Garza – Atriz
Isabel Aerenlund – Atriz
Issa Guerra
Johanna Murillo – Atriz
Karla Hernandéz Nassar – Figurinista
Katina Medina Mora – Diretora
Laura Imperiale – Produtora
Leticia Huijara – Atriz
Lucia Carreras – Cineasta e Roteirista
Maricarmen de Lara – Diretora
Paloma Woolrich – Atriz
Paula Amor – Produtora
Sofía Espinosa – Atriz
Stephanie Brewster – Diretora
Verónica Pekis – Produtora
Colaboradoras:
Ana Maria Islas – Jornalista
Andréa Rendón – Crítica
Celina Manuel
Gabriela Faure
Laura Serrano
Penny Oliva – Crítica
Rossana Barro – Relações Públicas
Sonia Riquer
Verónica Pequis
URUGUAI
Adriana Gastallu – Pastora Luterana
Nicolas Iglesias – Assistente Social
PARCERIAS
Instituto Dona de Si
HMF Mídias Digitais, Jornalismo e Cultura
Me Too Brasil
Projeto Justiceiras
Tamo Juntas!
CONTATO
Site: respeitoemcenalatina.org
INSTAGRAM: @respeitoemcena